sexta-feira, 8 de fevereiro de 2008

Hello Stranger

-Início-


Todos os dias eu pego a mesma lotação, vejo as mesmas faces, olho as mesmas ruas, aprecio o mesmo caminho. Nunca troquei uma palavra com ninguém, todos mantinham uma rotina ali, faziam as mesmas coisas. Resolvi dar nomes àquelas pessoas, pois de alguma forma eles não eram mais estranhas logo todos deixavam de ser apenas um rosto qualquer para virar um sujeito. A velinha que senta ao meu lado com o guri peste, o homem música é o senhor do mp3 player, o motorista e por fim a guria de cabelos vermelhos. Sempre a achei linda e algo nela me intrigava, sempre bem vestida, o olhar sempre a procura de algo. Uma vez acreditei ter ganho um sorriso, mas ela sorriu de um pensamento que teve.
Era uma segunda como todas as outras, acordei com sono, meio lerdo, me dirigi ao ponto de ônibus e esperei minha lotação. Ao entrar vi as mesmas faces, olhei para as mesmas ruas e apreciei o mesmo caminho. Como de costume eu e a guria de cabelos vermelhos descemos na mesma parada. Meu dia foi a mesma coisa de sempre, porém quando eu retornava para a parada de ônibus algo aconteceu, ao atravessar a rua não observei direito e fui atingido por um carro, fiquei caído no chão mesmo ao longe eu via vários rostos, dentre a multidão um conhecido, a guria de cabelos vermelhos. Ao me ver ela colocou a mão na boca, de espanto, e gritou “é o guri de óculos Armani”. Foi então que eu descobri meu nome na lotação, para ela. Acordei um tempo depois no hospital tinha umas flores com um bilhete “melhoras guri de óculos Armani.” Sempre achei que ao voltar a minha rotina eu poderia conversar com a guria ruiva, porém ao voltar para a lotação eu já mais a encontre de novo, nunca soube o que aconteceu, mas sei de alguma forma que ela está bem. Sinto falta de vê-la e me culpo por nunca ter me permitido dar um oi.


-Fim-